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quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Olhos Iguais

(José Gilberto Tristão de Almeida - 02/10/1951)


Os meus olhos pedem luz
que eu não tenho para dar.
Claridade que, eu supus,
não havia de faltar.

Pedem luz... Quem poderia,
 nos meus olhos, acender
essa luz que todo dia
não me canso de perder?

Os meus olhos são castanhos,
só agora é que sei disso.
Por isso é que pedem luzes,
e só pode ser por isso.

Mas por quê? Se os olhos claros
nem sempre são mais bonitos
e até podem ser mais duros
que se fossem de granito?

Querem luz, mas eu não peço
- e nem hei de pedir mais -
pois devia toda gente
ter os olhos sempre iguais.


Um comentário:

  1. Quanto poder e beleza em versos!
    O Pai deixou ao filho a sensibilidade :)

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