(Juliana Paula Landim)
Hoje encontrei a pessoa mais infeliz do mundo!
Acordou cedo, com um frio terrível, não tinha água quente, metrô com problemas, pagou, desistiu, pegou duzentos e vinte e cinco ônibus, chegou atrasada, não trouxe marmita, nem dinheiro, não sabia como ia almoçar! Estava com vontade de fazer xixi, o banheiro entupido! Para completar sua infelicidade não parava de mastigá-la e regurgitar na gente!
Até esqueci do povo da Etiópia!
Até esqueci do povo da Síria!
Até esqueci dos desempregados, dos moradores de rua!
Nem lembrei dos doentes com câncer e dores incoercíveis!
Esqueci também daqueles que se afundaram no mundo das drogas e das bebidas!
Tal era o seu sofrimento!
E eu ainda mandei ela calar a boca!
Tadinha!
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