Estávamos eu e Alberto a passeio pela Dordonha. Mas como nada sei sobre departamentos, digo que estávamos no sul da França, na região da Aquitânia; era lá que estávamos.
Naquele dia, passeávamos a pé, nas proximidades da capital, Périgueaux. É claro que não é praticável realizar uma longa caminhada com o Alberto na maleta - como costumo fazer quando estou a trabalho. Por isso, naquele dia, eu que estava de férias, simplesmente coloquei o Alberto no bolso e saí para caminhar.
Ao passarmos por determinado vilarejo; na verdade, após já termos passado pelo pórtico de entrada, disse eu ao Alberto (já conhecendo meu amigo, no entanto, tomei o cuidado para não me apegar a interpretações e simbolismos):
- Você viu, Alberto, aquele portal por que passamos? Reparou nas cores? Nas pedras azuladas, esverdeadas, acinzentadas, róseas? Viu a luminária que lhe conferia um charme especial? (eu estava tão entusiasmado que não parava de tagarelar!)
- Para ser honesto - respondeu o Alberto - acredito nas cousas que estás a dizer. Que são verdades. E até mesmo existe memória em mim sobre o que estás a me falar. Mas ela é pequena. Peço-te desculpas. É que estás a contemplar o que já passou e eu me ocupo de observar a beleza deste outro lado.
E eu fiquei pensando que havia algo mais nesse meu amigo Alberto, que simplesmente ser um contemplador da natureza...
Gilberto de Almeida
14/09/2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário