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sábado, 21 de julho de 2012

Minha Cremação

(Rodrigo Octávio Tristão de Almeida - 21/07/2012)

Não existo mais.
Morri na quinta-feira.
Me perdi na floresta, quando
então fui devorado pelas feras.

As vísceras queimadas no ar
libertam o espírito do passado.
Os restos materiais, deixados,
abandonados, são ciclo que se refaz.

Agora que morri,
posso renascer,
tomar a vacina do esquecimento
e fazer corpo e espírito andarem juntos.

Posso ser criança, posso ser o vento
e viver o mundo. Posso mastigar a
luz da aceitação, da fé e da amplidão.

Agora, que não me lembro do passado,
sou livre outra vez. Sou puro.
Posso ser o exemplo que
espero do mundo com que sonhei.

Posso viver o presente em paz,
só porque morri e agora sou
homem mais uma vez.




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